sábado, 3 de janeiro de 2009

FC Porto na Europa do Futebol

Texto retirado da revista francesa "So Foot"


FC PORTO - O FUROR DO DRAGÃO


No inconsciente colectivo, quando se pensa na Champions League, pensa-se no
Real Madrid ou no Manchester United e, por extensão, quando se pensa futebol
e benefícios, pensa-se no Manchester United ou no Real Madrid. Erro. Tudo
errado. Existe um clube na Europa que, em dez anos, vendeu jogadores por
cerca de 250 milhões de euros e que conquistou não longe de catorze títulos.
Esse clube chama-se Futebol Clube do Porto.

Esta noite, o FC Porto vai à Turquia para jogar contra o Fernarbahçe e, pela
mesma oportunidade, tentar qualificar-se para os oitavos-de-final.
Classificando-se no segundo lugar do grupo G, este clube, duas vezes
vencedor da Champions League, não vai cuspir no maná financeiro que
constitui uma presença regular na Liga dos Campeões em Fevereiro.

Por outro lado, desde que se fala de dinheiro, o clube do Dragão nunca está
muito longe. O FC Porto acaba de encerrar o último exercício nacional com um
terceiro título consecutivo e, paradoxalmente, vendeu os seus dois melhores
jogadores este Verão. Quaresma ao Inter e Bosingwa ao Chelsea por um total
de 45 milhões de euros. Para resumir, o FC Porto vende, sistematicamente, os
seus melhores elementos e continua a ganhar.

Em 2003/04, Mourinho e as suas tropas realizaram uma dobradinha continental
excepcional, a taça UEFA logo seguida pela Taça da Europa dos Clubes
Campeões. Nesta caminhada, os portugueses separaram-se de Deco, por 21
milhões, em direcção do Barça, e, de Ricardo Carvalho e Paulo Ferreira, por
50 milhões, em direcção dos Londrinos do Chelsea.

Na época seguinte, o FC Porto conquista a Taça Intercontinental e torna a
realizar a sua grande especialidade: o pacote de jogadores. Desta vez para
os Russos do Dínamo de Moscovo, 30 milhões por Maniche, Costinha e
Seitaridis. O presidente Pinto da Costa e o seu braço direito Antero
Henrique fazem as contas, riem e anunciam o balanço: em dois anos, venderam
6 jogadores, conquistaram 5 títulos de importância maior e ganharam um pouco
mais de 100 milhões de euros.

Em 2005, são, sobretudo, o Chelsea e o Dínamo de Moscovo quem pagam; um ano
mais tarde, são o Manchester United e o Real Madrid que passam pela caixa. O
Real compra o defesa Brasileiro naturalizado Português, Pepe, pela módica
quantia de 30 milhões de euros (note-se que, dois anos antes, este jogador
teria sido comprado por 3 milhões de euros).

Vendedor incomparável, Pinto da Costa impinge Anderson e as suas tranças aos
Red Devils pela bonita quantia de 31 milhões de euros. É fácil. O clube
nunca encaixa os golpes e por causa: o método está bem oleado, é eficaz e
histórico.

É em 1998 que assenta lugar esta técnica. O médio, Sérgio Conceição, é
vendido, por 10 milhões, à Lazio de Roma e o clube ganha o campeonato e a
supertaça de Portugal.

Na época 2001-2002, o sempre mais que cotado Jardel faz as malas para o
Galatasaray (16 milhões de euros) e o FC Porto conquista a taça UEFA, a Taça
de Portugal e de novo a Supertaça de Portugal.

Mesmo castigo nas épocas que se seguem: Jorge Andrade no Corunha por 16
milhões e Postiga no Tottenham por 10 milhões, enquanto os fins de
exercícios acabam, novamente, com sucessos.

Única nódoa no quadro do mestre, o Brasileiro Diego. Com apenas 19 anos, é
comprado por 8 milhões ao Santos. Não se impõe e é vendido aos alemães do
Werder Bremen por 6 milhões de euros, o que faz dele a tranferência menos
rentável destas últimas dez épocas para o clube Português.

No final do exercício 2008/09, o FC Porto venderá, sem dúvida a preço de
ouro, os seus Argentinos, o "el comandante" e capitão Lucho Gonzalez e o
artilheiro Lisandro López, para melhor continuar a ganhar.

Em tempos de crise financeira, o modelo ecónomico a acompanhar joga em azul
e branco e chama-se Futebol Clube do Porto.


25 de Novembro

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